Luiza

Possuirei o maior presente do mundo,
Nesse passo em que as coisas vão,
investigo o sentimento do qual é oriundo;
A fonte do meu bem-querer com precisão;

Busco uma, ou melhor, qualquer que seja
algo que explique o porquê do sentimento
A fórmula que apure, revele ou reveja,
A razão desse amor que alimento.

Desde que você apareceu em minha vida
sua luz, cortando a noite iluminada;
preencheu-me com tudo para qual foi erigida:
A minha vida por esse prisma revelada.

Essa atmosfera toda hipnotiza
o olhar que, atento, guarda tudo:
uma vontade de possuir-te mais e mais, Luiza,
mais que qualquer coisa nesse mundo.

E eu que Amava Amar

Houve um tempo em que tudo era calmaria
e meu coração contente andava sempre a sorrir
mas depois do traiçoeiro punhal, a ventania
que batia na janela do peito a insistir

Senti uma dor de apunhalada profunda
que toda minha sede de amar profanou
converteu a água limpa em bebida imunda
e por essa dor meu coração naufragou

Um gosto de vida inversa, uma dor intensa
Uma dor pungente cheia de amargura
que transforma em pequena a alma imensa
e o viver numa dor de maldita desventura

Mas o que devo fazer agora? Aceitar calado?
Esse tropeço, Esse susto, Esse es”balde”?
Preciso me preservar, meu coração é delicado!
“de água fria”! Não quero viver essa fraude!

A seta do cupido numa solene reação inversa
afastou-se assim como vai embora um visitante
Deixou-me sufocado; e minha vida submersa
como a tormenta que derruba o navegante.

Minha paixão esvaiu-se, desceu em rodopio
pelos ralos do tempo em cruel desilusão
como aquela gata voraz que em seu cio
vai-se embora pelo mundo em perdição!

Não vai mais voltar a ser o que era
antes, tal como o cristal que se partiu em mil
pedaços, não há, e nunca houve nessa era
lágrima tão triste como a que de mim caiu!

Não há mais o que se possa perdoar…
A traição faz com que nunca mais exista
aquele Amor puro que um dia existiu

E eu era apenas um que “Amava Amar”…